Crise

Detesto o seguinte conjunto de palavras:
crise, alterações climáticas, camisolas de lã, aquecimento global, redução CO2

Para quem vem da área(eng. ambiente), creio que estou bem informado em relação à polémica. Estou tão farto de tanta coisa que se diz por ai, que muitos dos leitores deste blog podem dizer que enlouqueci depois de ler este post. Eu realmente nunca tive uma opinião coerente sobre o tema, até porque o meu curso não tem nada a ver com ambientalismos(ao contrário do que muita gente pensa).
Mas não me venham com soluções paneleiras para um problema com soluções politicamente correctas(e políticas acima de tudo).

No passado ano, graças ao meu estimado google reader, encontrei soluções bastante rebuscadas para a solução do CO2(por sua vez o aquecimento global(e por sua vez as alterações climáticas(e por sua vez blabla...(blabla)))):

• Plantas que produzem "bolsas" de sílicio, sequestrando carbono durante anos(ou milénios). Atenção, as tais bolsas("fitólitos") são de sílicio e não carbono. É um 14 em vez de 12...
• Bombear água das profundezas até à superficie do oceano. Sim, sem dúvida energéticamente eficiente.
• Enterrar o CO2. Faço exactamente isso em casa, mas com o pó para debaixo do tapete.
• Utilizar o sol para reciclar CO2. Estão a inventar a roda de novo: a natureza já faz isso há pelo menos 1 bilião de anos.... fotossíntese, alguém já ouviu falar?!?!
  

Haverá certamente gente por aí que pensa que a tal substancia, o CO2, é um poluente que sai apenas dos tubos de escape e das chaminés das fábricas. Nós expiramos essa tal "substância poluente"....

Eu, que trabalhei com modelos matemáticos(daqueles que usam FORTRAN), desconfio bastante que a tecnologia(e o conhecimento) consiga prever com alguma exactidão um fenómeno que irá ocorrer daqui a 50 ou 100 anos. A quantidade de dados que é necessário ter e o número variáveis em jogo são simplesmente demasiados vastos e incompreensíveis. Nem vou comentar os processos envolvidos(as equações, para simplificar a coisa)...
Admito: ainda aldrabei algumas constantes para que a minha tese desse alguns resultados coerentes. E isto faz-se muitas vezes, mexendo em constantes que estão lá só porque dão melhor "fit" aos resultados.

E se o planeta aquecer uns graus? É o fim do mundo?
Não.
Ok, algumas espécies vão se extinguir. Algumas até são fofas(o tal ursinho do Antartico), mas outras espécies irão surgir no lugar das extintas: nichos serão preenchidos no seu devido tempo(uns milénios, para não dizer mais).
Ok, algumas cidades ficarão debaixo de água. Ou não. Porque há sempre a solução tecnológica para esses problemas: barreiras, diques e mais areia.

Além disso, ouvi dizer(e fiz um exercício qualquer numa cadeira que tive), que o CH4(dos peidos das vacas) tem muito mais influencia do que o famigerado CO2. Até o monóxido de dihidrogénio, pela sua concentração na atmosfera, tem mais peso no efeito de estufa. Quer dizer, se não fosse este último, não haveria mesmo efeito de estufa e, daí, não haveria vida na Terra.

Outra coisa que acho formidável é o total desprezo de outras catástrofes que poderão extinguir-nos(a todos) num ápice: supervulcões, meteorito(tal como os dinos), GRBs, pandemias, etc. Talvez esse desprezo deve-se a simplesmente a nada se poder fazer em relação a esses desastres.

Soluções?
Primeiro, a eficiência energética pode ser muita mais eficaz do que montanhas de políticas, subsídios e escapadelas ao que interessa. Segunda, não fazer parar a subida do preço do petroleo: quanto mais caro, melhor para soluções alternativas. Terceiro, arranjem um fato de banho catita, ou um bikini daqueles, para quando isto aquecer mais.. :)

Sugiro que vejam o "An Unconvinient Truth" e o "The Great Global Warming Swindle", se possível, na mesma sessão. Para os mais pacientes: "The Limits of Growth" e o "The Skeptical Environmentalist".

Uma coisa é certa: um recurso finito, se houver consumo, esgota-se ao fim de algum tempo(finito) (a matemática não engana ninguém). A palavra crise e as camisolas de lã ficarão para outro post.